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Filosofia à Vista


filoavista

Do título e conceito do canal “Filosofia à Vista”:

Inspirado pela obra Eu só vendo a vista, do artista visual carioca Marcos Chaves, cujo cerne conceitual consiste em apresentar uma sentença de duplo sentido (“ver a vista” e “vender à vista”) como referência a uma imagem de cartão-postal do Rio de Janeiro, procuramos refletir a criação de um canal do YouTube para o Programa de Pós-Graduação em Filosofia (PPGF) da UEFS que pudesse se valer de uma perspectiva tanto quanto jovial, de fácil comunicação, em sintonia com o universo de cultura de massas das redes sociais e sua interatividade, mas cuja polissemia designasse uma relação mais profunda e consonante com a natureza do campo filosófico.

Percebemos, então, que a expressão “Filosofia à Vista” poderia corresponder a esse anseio. Em primeiro lugar, porque o termo sugere colocar à vista da(o)s espectadora(e)s uma relação de contato com o campo filosófico. Trata-se de um sentido que remete tanto a) à atividade de um voyeur que espiaria através de seus olhos a filosofia; b) uma analogia para com o debate filosófico entre sensações  e realidade – algo comumente abordado pela filosofia desde a alegoria da caverna de Platão; e, por fim, c) porque esse ato de espiar a filosofia, em se tratando de um canal de YouTube e cujo contato é dado pela relação com os mecanismos de tela, mídia e rede, engendraria ao termo “estar à vista” um significado autorreferente ainda mais sólido para a compreensão de uma poética profunda entre a expressão “Filosofia à Vista” e o que ela diz – e condiz – para com o campo filosófico.

Por sua vez, em segundo lugar, porque a expressão “Filosofia à Vista” também conota um sentido de “pagamento à vista”, ou, em outras, palavras, a obtenção de um contato com a filosofia que não é à prazo, mas ao vivo, que está à mão, à vista. Esse segundo desígnio da expressão demonstra a sua coerência ao termos em mente que o canal Filosofia à Vista tem por objetivo apresentar, a partir de seu início em agosto de 2022, dois “programas” bimestrais e ao vivo: o “Ciclo de Palestras” e os “Seminários Permanentes do PPGF/UEFS” (ambos bimestrais, mas intercalados mês a mês).

Devemos observar, contudo, que esses dois primeiros programas do canal serão apenas as primeiras iniciativas do canal Filosofia à Vista, tendo dado que outras propostas poderão ser apresentadas pelo corpo docente e discente do PPGF. Isto porque embora o canal “Filosofia à Vista” só esteja sendo apresentado como um veículo de disseminação de programas do Programa de Pós-Graduação em Filosofia, seu projeto inicial, organizado com o apoio do(a)s discentes Priscilla Leal e Irlan Cruz, objetiva estabelecer um leque muito mais amplo de atividades para o campo da Filosofia. O “Ciclo de Palestras” e os “Seminários Permanentes do PPGF”, nesse sentido, representam apenas um primeiro passo rumo a esse objetivo maior

 

Da Logo:

O sentido que o termo ‘espiar’ ou ‘observar’ (para se ter algo à vista) muitas vezes é apresentado por nossa cultura, talvez decorrente da influência das telenovelas no meio popular, pode encerrar uma falsa apreensão do termo, de caráter negativo: a de que atentarmos os olhos a algo incide algum tipo de invasão de privacidade, e a de que o foco a um objeto sempre corresponderia uma atividade invasiva.

Entretanto, não é este o caso: desde os primórdios da arte do desenho e da pintura, estudantes aprendem a dimensionar o foco de visão a partir de frestas que lhes possibilitem clara atenção a um determinado objeto ou motivo. E não é de outra natureza o uso que fazemos de instrumentos óticos que vão do microscópio e do telescópio às câmeras de filmagem e de fotografia. Em nossa era de relações intrínsecas entre a vida cotidiana e instrumentos de mídia, a tela de TV, a tela do smartphone, a tela de um microcomputador e a pluralidade de softwares e plataformas digitais às quais temos livre acesso não são outra coisa senão modos de observarmos por entre as frestas. E foi por esta razão que encontramos como motivo da logomarca do canal “Filosofia à Vista” a imagem de uma fresta bastante simbólica: a de uma fechadura. Ela diz respeito não apenas à necessidade de aproximação do olhar (para que se possa ter algo à vista, o que, em nosso caso, é a filosofia), como instaura uma espécie de incógnita do que haveria por detrás daquele espaço a ponto de justificar essa necessidade de atenção e tempo para por ela olhar.

Após a consolidação do conceito para a logo do canal, e contando com o auxílio da designer Priscilla Leal, chegamos ao símbolo de uma esfera dourada, em relevo, cujo centro escuro (como que a chamar pela atenção do olhar da(o) espectador(a)), denota apenas uma fresta de uma fechadura. Trata-se de um signo simples, mas cuja poética se relaciona tanto para com o âmbito da necessidade de atenção do olhar (e do pensamento) que nosso canal de filosofia no YouTube almeja conseguir de seus espectadores e espectadoras, mas também para com a ideia de que por detrás da porta em que se encontra essa fechadura, o(a) espectador(a) haverá de se encontrar, ele(a) próprio, com a filosofia.


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